Dados do Trabalho
Título
TESTICULOS NAO-DESCIDOS NA MICROCEFALIA RELACIONADA A SINDROME ZIKA CONGENITA: ASPECTOS CLINICOS.
Resumo
A Síndrome da Zika Congênita (SZC) ainda está sendo descrita e, entre seus componentes já se incluem bexiga neurogênica e criptorquidia. Uma incidência alta de testículos retráteis também foi documentada. Os dois distúrbios testiculares devem ser monitorados pelo risco de câncer. Os mecanismos envolvidos nessas situações podem ser diferentes. Objetivo: caracterizar e comparar as crianças portadoras de criptorquidia e de testículo retrátil com microcefalia e SZC, quanto à gravidade da microcefalia e características neurológicas. Métodos: Série de casos com comparação de grupos acompanhados na Coorte Pediátrica do Microcephaly Epidemic Research Group (MERG-PC) no Hospital Universitário Oswaldo Cruz - UPE. A coleta de dados feita a partir de base de dados do MERG e exame urológico feito entre out/2018-jun/2019. Foram incluídos meninos de 0-5 anos com SZC e diagnóstico de criptorquidia ou testículos retráteis pelos critérios da European Association of Urology. Comparamos características biológicas, antropométricas e achados neurológicos nos dois grupos. Os dados utilizados foram da avaliação feita pela equipe do MERG mais próxima ao exame urológico, exceto por um paciente operado, cujos dados utilizados foram os mais próximos da orquidopexia e pelos dados de artrogripose, que foram coletados de qualquer consulta. Dois participantes que tinham um testículo retrátil e um criptorquídico foram incluídos no grupo com criptorquidia. Resultados: A média de idade em ambos os grupos foi 3 anos. Dos 13 meninos com criptorquidia, dispusemos do Z-escore do PC de 11 e a média foi -6,33, enquanto na amostra de testículos retráteis, da qual foram coletados os dados 10 dos 11 meninos, a média foi -5,79. No grupo com criptorquidia, 100% da amostra tinha artrogripose, enquanto no grupo com testículos retráteis, 72,72% (8/11). Onze dos 13 meninos com criptorquidia, tinham hipertonia (apendicular ou axial). Dez dos 11 meninos com testículos retráteis tinham hipertonia (apendicular ou axial). Conclusão: Mesmo considerando que nem todos os 100 meninos com microcefalia da MERG-PC fizeram a avaliação urológica, a frequência de criptorquidia e testículos retráteis nesta população foi alta. A média de Z-escore do PC foi menor nos criptorquídicos. Achados neurológicos avaliados foram frequentes nos dois grupos, sendo a artrogripose mais frequente nos meninos com criptorquidia. Sugerimos que novas comparações avaliem resultados em uma amostra maior.
Palavras Chave ( separado por ; )
Criptorquidia; Testículos retráteis; Microcefalia; Síndrome da Zika Congênita
Área
Urologia Pediátrica
Instituições
Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil
Autores
RÔMULO AUGUSTO LUCENA DE VASCONCELOS, DEMÓCRITO BARROS MIRANDA-FILHO, ANA BEATRIZ PEREIRA CARVALHO BRITO, RICARDO A. A. XIMENES, ADRIANO A. CALADO, CELINA M. T. MARTELLI, ELIZABETH B. BRICKLEY, THALIA V. B. DE ARAÚJO, PAULA F. S. DA SILVA, ANDREIA V. GONÇALVES