Dados do Trabalho


Título

DESEPTELIZAÇAO DE GLANDE COM ENXERTO DE PELE PARA TRATAMENTO DE TUMORES IN SITU DO PENIS: EXPERIENCIA DE UM CENTRO DE REFERENCIA DA AMAZONIA

Resumo

Introdução: O Brasil possui a terceira maior incidência de câncer de pênis no mudo, sendo que 50% desses casos são oriundos das regiões norte e nordeste do país. O manejo dos tumores in situ da glande incluem técnicas minimamente invasivas, como imunoterapia, laser, crioterapia, dentre outros; entretanto seus resultados são bastante controversos, apresentando taxas relativamente altas de recidiva local. Nesse cenário as cirurgias poupadoras de pênis, como a deseptelização de glande com enxerto, vêm ganhando destaque no manejo desses pacientes, permitindo a preservação do tamanho, formato e funcionalidade do pênis, assim como excelente controle oncológico a longo prazo. Objetivo: Demonstrar a técnica de deseptelização de glande com enxerto de pele realizada em um Centro de Referência da Amazônia. Métodos: O paciente R.N.R, 57 anos, deu entrada no serviço com queixa de surgimento há 4 meses de lesão glandar com exulceração focal. Foi submetido à biópsia cujo resultado foi compatível com Doença de Bowen. Após discussão das opções de tratamento, o paciente acabou optando pela realização de deseptelização de glande com enxerto em agosto de 2021. O procedimento se iniciou com a demarcação da glande em quadrantes; cada quadrante sendo delimitado em uma extremidade pelo meato uretral e outra pela região subcoronal. Realizou-se incisão perimeatal e subcoronal, com posterior dissecção do epitélio glandar, preservando o tecido esponjoso subepitelial. O espécime cirúrgico foi removido e o defeito coberto com enxerto removido de área de pele sem pelos, na região ilíaca, que foi fixado no tecido esponjoso com pontos de PDS 5-0. Realizou-se a sondagem vesical com Foley 14F e um curativo de Brown foi aplicado sobre o enxerto e removido em cinco dias. Resultados: Após a cirurgia o paciente realizou acompanhamento multidisciplinar com equipe de curativos do hospital. A sonda uretral foi removida após 2 semanas e as relações sexuais estimuladas após 8 semanas de pós-operatório. Nos últimos 5 anos realizamos essa cirurgia em um total de 12 pacientes e até o momento não tivemos complicações inerentes ao enxerto. No seguimento oncológico tivemos um paciente que apresentou margens comprometidas pela doença e que necessitou de conversão para glandectomia. Conclusão: deseptelização de glande com enxerto de pele é um procedimento seguro, com baixos índices de complicações e bons resultados, tanto do ponto de vista oncológico, quanto cosmético.

Palavras Chave ( separado por ; )

câncer; pênis; deseptelização; enxerto; cirurgia reconstrutiva.

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

Hospital Ophir Loyola - Pará - Brasil, Universidade do Estado do Pará - Pará - Brasil

Autores

LUIS OTÁVIO AMARAL DUARTE PINTO, KATIA SIMONE KIETZER, EDUARDO ALENCAR CARVALHO, JOSÉ RICARDO TUMA DA PONTE