Dados do Trabalho
Título
INFLUENCIA DO INDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) SOBRE DESFECHOS NO TRANSPLANTE RENAL DE DOADORES FALECIDOS
Resumo
1) Introdução: O transplante renal está consolidado no cenário atual como terapia renal substitutiva eficiente. A Doença Renal Crônica (DRC) apresenta taxas crescentes nos últimos anos, acompanhado da elevação na incidência de suas principais etiologias: Diabete melito (DM) e Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Paralelamente, a obesidade apresenta ascensão neste cenário, já sendo considerada epidemia global. Assim, é cada vez mais frequente obesos com DRC terminal e necessidade de terapia renal substitutiva. Portanto, testemunhamos aumento de candidatos obesos ao transplante renal, que estão supostamente associados a maior índice de complicação pós-operatórias e possível desfecho pior. No entanto, o tema ainda é controverso na literatura. 2) Objetivos: Avaliar a incidência de complicações da ferida operatória e desfechos no transplantado renal, mais notadamente na sobrevida do enxerto após 1 ano nos transplantados com índice de massa corporal (IMC) maior que 25 kg/m2 (sobrepeso /obeso) em comparação com eutróficos. 3) Métodos: Estudo observacional, tipo coorte retrospectivo de 218 pacientes adultos transplantados renais exclusivos entre março de 2015 e dezembro de 2019 no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. 4) Resultados: A maioria dos pacientes eram caucasianos (72,4%) e do sexo masculino (62,8%). A média da idade dos receptores foi 49,52 ± 12,7 anos. A HAS estava presente em 187 (85.7%) e o DM em 50 (22,9%) dos transplantados. A média do IMC foi 26,6 kg/m2 (+-4,51) e do Tempo de Isquemia Fria (TIF) foi 25.81 horas (+-4,51). Em relação a sobrevida do enxerto no primeiro ano pós-transplante, tanto a obesidade (IMC>30) como o sobrepeso (IMC>25) influenciaram negativamente, com HR 2.183 (IC95%, p= 0.046 , 1.01-4.7) e HR 1.798 (IC 95%, p=0.045, 1.01-3.19), respectivamente. Não identificamos maior taxa de complicação da ferida operatória no grupo sobrepeso e obesidade. No entanto, complicação na ferida operatória está relacionada com menor sobrevida do enxerto no primeiro ano, com 2.8 vezes maior risco de enxerto não funcionante no grupo com complicação na ferida operatória. 5) Conclusões: Houve maior incidência de enxerto não funcionante ao final do primeiro ano do transplante renal em pacientes com sobrepeso/obesidade. Apesar do sobrepeso/obesidade não ser critério para contraindicar o transplante renal, orientações e medidas de perda ponderal pré-operatória podem contribuir positivamente para a sobrevida do enxerto.
Palavras Chave ( separado por ; )
procedimentos cirúrgicos urológicos; transplante renal; complicações pós-operatórias; obesidade
Área
Transplante Renal / Miscelânea
Instituições
FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
SERGIO FRANCA SOUZA FILHO, HEITOR RAMOS RUELLAS, MARCELO PIRES CAMPOS LINARDI, WANDERSON PEREIRA ANDRADE, ALAN CANTALABIO COSTA, RAFAEL VALENTE BATISTA, ELEN ALMEIDA ROMÃO, JOSE DE BESSA JUNIOR, SILVIO TUCCI JUNIOR, CARLOS AUGUSTO FERNANDES MOLINA