Dados do Trabalho


Título

DRENO CIRURGICO COM SISTEMA FECHADO NO TRANSPLANTE RENAL SEM USO DE CATETER DUPLO J, REALMENTE NECESSARIO?

Resumo

1- INTRODUÇÃO: O transplante renal é o padrão ouro entre as terapias de substituição renal e apresenta morbimortalidade estabelecida. É conhecido o benefício do dreno para o diagnóstico e eventual tratamento de coleções peri-enxerto que possam acontecer no pós-operatório (PO). No entanto, também é conhecido os malefícios do dreno, como porta de entrada para infecção e custos relacionados. O uso de dreno cirúrgico com sistema fechado no transplante renal é realizado de rotina pela equipe da Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, que habitualmente não faz uso de cateter duplo J na anastomose ureterovesical. 2 - OBJETIVOS: Apreciar a real utilidade do dreno cirúrgico no transplante renal em pacientes sem implante do cateter duplo J, através da quantificação do débito do dreno no PO e monitoramento de coleção peri-enxerto no exame de ultrassonografia (US). 3 - MÉTODOS: Habitualmente realizamos US nas primeiras 48h e 7º dia do PO. O dreno é mantido de rotina até o 7º PO, exceto se apresentar débito superior a 50ml nas últimas 24h. Realizamos avaliação retrospectiva observacional de 201 pacientes transplantados no período de 2015 a 2019. 4 - RESULTADOS: A anastomose ureterovesical foi à Lich-Gregoir modificada sem uso de cateter duplo jota em todos os pacientes. Mais da metade (55,72%) apresentaram débito do dreno inferior a 50ml/dia por 2 dias consecutivos a partir do 3º PO. A partir do 5º PO aproximadamente 80% dos pacientes tiveram o mesmo comportamento. O US evidenciou coleção nas primeiras 48 horas do PO em 29 (14,4%) e no 7° PO em 37 (18,4%). Entre estes 37 pacientes, 20 (54,1%) não tinham coleção no primeiro US, ou seja, desenvolveram coleção mesmo em uso do dreno. Considerando os 29 pacientes com coleção no primeiro US, o dreno pode ter sido resolutivo, isto é, a coleção desapareceu no 7° PO, em 12 (41,4%). Assim, o dreno não foi capaz de evitar que coleção se formasse em 29 pacientes nas primeiras 48h e em 20 pacientes no 7° PO. Paralelamente, o dreno pode ter contribuído para o desaparecimento da coleção em somente 12 pacientes. 5 - CONCLUSÕES: O uso do dreno cirúrgico no transplante renal para diagnóstico e/ou tratamento de coleções peri-enxerto pode ser abolido, mesmo quando não se utiliza o implante de cateter duplo J na anastomose ureterovesical. No entanto, estudo prospectivo randomizado e controlado precisa ser realizado para possível conclusão definitiva.

Palavras Chave ( separado por ; )

procedimentos cirúrgicos urológicos; transplante renal; complicações pós-operatórias.

Área

Transplante Renal / Miscelânea

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

GABRIEL CANTATORE FIGUEIREDO, HEITOR RAMOS RUELLAS, CLARA DO PRADO LOPES FROTA, RAFAEL VALENTE BATISTA, JOÃO VICTOR MOYSÉS ROSSI, PLINIO RAMOS PINTO NETO, JOSÉ DE BESSA JUNIOR, ELEN ALMEIDA ROMÃO, SILVIO TUCCI JUNIOR, CARLOS AUGUSTO FERNANDES MOLINA