Dados do Trabalho


Título

CARCINOMA DE CELULAS RENAIS EM TRANSPLANTADOS: REVISAO DE LITERATURA, VISAO GERAL E RELATO DE CASO DE UM GRANDE CENTRO DE TRANSPLANTES DO CEARA – HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA

Resumo

INTRODUÇÃO: Receptores de transplante renal têm um risco relativo de 5 a 10 vezes maior para o desenvolvimento do carcinoma de células renais (CCR) em comparação com a população geral. Os fatores de risco para malignidade nestes pacientes incluem terapia imunossupressora prolongada, infecções virais e duração do tratamento dialítico, que se somam a fatores de risco tradicionais para doenças malignas na população geral. OBJETIVOS: Compilar as evidências atuais sobre o CCR em pacientes transplantados renais e relatar um caso ocorrido em nossa instituição. MÉTODOS: Revisão de artigos publicados de 1990 a 2021 disponíveis no PubMed, que relacionavam o CCR e transplante renal. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O risco cumulativo para o desenvolvimento de câncer em pacientes transplantados renais é de 4,8% e 9,9% em 5 e 10 anos respectivamente, com um risco global 1,7 vezes maior em comparação para a população em geral, sendo o câncer renal o terceiro tumor sólido mais frequente, sendo 90% em rins nativos. Não há relação linear entre a terapia imunossupressora prolongada e a patogênese da malignidade nos transplantados, sugerindo que fatores como os medicamentos usados e a duração do tratamento dialítico desempenham um papel importante na determinação e suscetibilidade ao câncer. Outro dado relevante refere-se a doença renal cística que demonstrou forte associação com o desenvolvimento de câncer renal após transplante, com risco relativo 1,7 vezes maior, o que reforça a importância do acompanhamento de lesões císticas renais, sendo a ultrassonografia o exame de escolha, quando indicado, por ser de baixo custo e não invasivo. A nefrectomia continua sendo a forma mais eficaz de tratamento para CCR em rins nativos, disfuncionais, dos pacientes transplantados. Porém, ainda não há consenso sobre o tratamento de doenças malignas no enxerto. RELATO DE CASO: Homem, 61 anos, foi submetido a transplante renal por doença renal policística em 2008, após 13 anos de terapia dialítica. Em investigação de falência de enxerto em 2019 foi detectada lesão suspeita de neoplasia por ultrassonografia, e confirmada por tomografia de abdome com contraste, tendo sido submetido a nefrectomia radical em julho de 2021. CONCLUSÃO: Apesar de serem necessários mais estudos que elucidem os fatores de risco associados, a patogênese e a terapêutica diante dos CCR em pacientes transplantados, os dados disponíveis nos permitem estabelecer propostas de seguimento e tratamento nesse grupo de pacientes.

Palavras Chave ( separado por ; )

Transplante renal; carcinoma de células renais; cistos renais; terapia imunossupressora; nefrectomia

Área

Transplante Renal / Miscelânea

Instituições

Hospital Geral de Fortaleza - Ceará - Brasil

Autores

PABLO AUGUSTO COELHO COSTA, RONALDO DE MATOS ESMERALDO, ANDRÉ SOUSA CASTELO, MARCOS FLÁVIO HOLANDA ROCHA, ANDRÉ COSTA MATOS LIMA, DANIEL COSTA CAVALCANTE ARAGÃO, ANDRÉ FREIRE FUENTES, JOSÉ ANASTÁCIO DIAS NETO, JOÃO SOTERO VERAS NETO CAVALCANTE, MANUELA GOMES DA COSTA CAXILÉ