Dados do Trabalho
Título
INCISAO PARCIAL DUPLA PARA TRATAMENTO DE OBSTRUÇAO POS- SLING
Resumo
Introdução: A incontinência urinária de esforço (IUE) é um distúrbio miccional muito prevalente em mulheres adultas, chegando até a 34%. O sling uretral médio (SUM) é o tratamento cirúrgico de escolha em todo o mundo e uma das complicações mais comuns é a obstrução urinária. A técnica clássica com remoção de fita tem bons resultados, mas está relacionada a altas taxas de recorrência de incontinência urinária. Dentre as opções de tratamento para liberação uretral com manutenção da continência urinária, a incisão parcial bilateral da fita surge como alternativa de tratamento da retenção urinária precoce, visando alongar a tela e liberar a compressão, enquanto mantem o suporte uretral. Objetivo: Este vídeo demonstra didaticamente a realização da dupla incisão em sling para tratamento de retenção urinária após implante de SUM. Metodos: Paciente de 43 anos apresentou retenção urinária após o procedimento de sling transobturatório e iniciou autocateterismo. Sem melhora em 28 dias, realizou urofluxometria com fluxo máximo de 4,3 ml/s, volume miccional de 130 ml e resíduo pós-miccional de 273ml. Avaliação urodinâmica prévia não mostrava disfunção detrusora. A uretrocistoscopia demonstrou compressão uretral extrínseca e redução da mobilidade. Foi então proposta secção parcial e bilateral da tela para liberação e ao mesmo tempo manutenção do suporte uretral. Realizada incisão em U invertido ao longo da parede vaginal anterior. Identificado e mobilizado sling suburetral, então realizada dissecção lateral bilateral e lise de aderências em torno do mesmo. Realizada incisão parcial do sling, lateralmente à uretra, do lado direito de baixo para cima, seguida de incisão contralateral de cima para baixo. A extensão da incisão deve ser metade da largura da fita, proporcionando o alongamento da mesma e ainda mantendo suporte. Mantida sonda Foley 16Fr, foi retirado no primeiro pós-operatório no momento da alta.
Resultados: Paciente retornou as atividades habituais em sete dias, sendo as relações sexuais e atividades físicas liberadas em seis semanas. Houve melhora do fluxo máximo a fluxometria e ausência de resíduo pós miccional. Essa abordagem permite um ligeiro alongamento, suficiente para aliviar a compressão uretral, mas ainda mantendo o suporte uretral. Conclusão: Este vídeo demonstra um tratamento cirúrgico para obstrução urinária devido ao SUM sem ressecção do mesmo. Este método inovador se mostrou viável, eficaz e com a vantagem de preservar a continência.
Palavras Chave ( separado por ; )
slinglise; urologia feminina; incontinência urinária; obstrução;
Área
Uroneurologia / Disfunção Miccionais / Urodinâmica
Instituições
Unicamp - São Paulo - Brasil
Autores
CASSIO LUIS ZANETTINI RICCETTO, JOÃO MARCOS IBRAHIM DE OLIVEIRA, IVAN BORIN SELEGATTO, MATHEUS BOTELHO SANTOS, MARINA CORREA VIANA, NATALIA DALSENTER AVILEZ, ARNOLD PETER PAUL ACHERMAN, FABIO FRANCO DE OLIVEIRA JUNIOR, ANDRE CANETTIERI RUBEZ, LUCAS MIRA GON