Dados do Trabalho
Título
PREVALENCIA DA MUTAÇAO NO RECEPTOR DE FGFR NO CANCER DE BEXIGA MUSCULO-INVASIVO DE ALTO GRAU EM UMA POPULAÇAO BRASILEIRA
Resumo
Introdução: Os receptores transmembrana de fatores de crescimento de fibroblastos (FGFR) estão implicados na patogênese do câncer urotelial e suas mutações são frequentemente encontradas no Câncer de Bexiga não músculo-invasivo, sendo expressado em aproximadamente 65% dos casos. Tais mutações são menos comuns em câncer de bexiga músculo-invasivo e de alto grau comparados com os de baixo grau. Entendendo o padrão de expressão mutacional do tumor, agentes terapêuticos podem ser empregados de forma direcionada, trazendo benefícios clínicos. Em tumores com mutações de FGFR detectadas, por exemplo, o Erdafinib é aprovado para uso em segunda linha em Câncer de Bexiga metastático. Programas de saúde pública poderiam ser configurados de forma estratégica com o conhecimento do perfil das mutações na população brasileira, já que o país conta com uma vasta heterogeneidade.
Objetivos: Este estudo teve como objetivo a realização dos testes moleculares de FGFR através de RT-PCR em pacientes acompanhados em um ambulatório voltado para o tratamento do câncer de bexiga para pacientes do SUS, com diagnóstico de câncer de bexiga músculo-invasivo de alto grau.
Métodos: Amostras de RTU de bexiga ou de cistectomias radicais de 67 pacientes com câncer de bexiga músculo-invasivo de alto grau foram incluídos neste estudo. Blocos de tecido fixados em formalina e incluídos em parafina foram seccionados e corados com hematoxilina-eosina. O RNA foi extraído usando o Kit RNeasy DSP FFPE e os resultados foram exibidos no software Rotor-Gene AssayManager. O presente estudo foi aprovado pelo comitê de ética institucional.
Resultados: Dos 67 testes realizados, 25 apresentaram falhas, ou seja, tiveram o material inadequado ou a extração do RNA não foi possível. Das 42 amostras factíveis, 16% (7 amostras) apresentaram alterações do FGFR3. Destes, 3 (42%) expressaram mutação em S249C, 2 (28%) em Y373C, 1 (15%) em R248C e 1 (15%) apresentou translocação em TACC3V1.
Conclusões: A frequência das mutações encontradas neste estudo é semelhante aos de grandes estudos de coorte, mesmo com uma amostra pequena. Melhores condições técnicas são necessárias para a análise das amostras. Conhecer a prevalência da população brasileira é fundamental para a decisão terapêutica.
Palavras Chave ( separado por ; )
Câncer da bexiga; receptor de fator de crescimento de fibroblastos; FGFR; mutação; reação em cadeia da polimerase; análise de sequência de DNA
Área
Uro-oncologia
Instituições
Disciplina de Urologia do Centro Universitário FMABC - São Paulo - Brasil
Autores
NARA LIE UTIYAMADA, MATHEUS PASCOTTO SALLES, CAMILA RIBEIRO ARRUDA MONTEIRO, RAFAEL SARRUBBO SCALABRINI, KHALIL SMAIDI, VICTOR PIRES STRUFALDI, DEBORAH KRUTMAN-ZVEIBIL, SUELEN PATRÍCIA SANTOS MARTINS, SIDNEY GLINA, FERNANDO KORKES