Dados do Trabalho


Título

MOBILIZAÇAO TOTAL DOS CORPOS CAVERNOSOS (MTC): UMA NOVA ABORDAGEM PARA A RECONSTRUÇAO PENIANA

Resumo

Introdução: A amputação peniana é uma doença rara nos pacientes pediátricos, com as possíveis causas incluindo trauma, fatores iatrogênicos e tratamento para câncer de pênis. Cirurgia reconstrutora peniana é desafiadora com diferentes técnicas disponíveis desde a secção do ligamento suspensor do pênis até rotação de retalho e o uso de próteses. Objetivo: O presente estudo avalia uma nova técnica para a reconstrução peniana em crianças e adolescentes, denominada de mobilização total dos corpos cavernosos (MTC). Método: Esse procedimento foi realizado em um paciente vítima de trauma por mordedura de cão aos 8 meses de idade. Com onze anos, foi submetido a faloplastia como descrito por De Castro et al. Aos 23 anos, apresentava desejo de novo procedimento cirúrgico de reconstrução. A escassez de tecido para suportar uma possível prótese peniana, fez-se optar por reconstrução peniana usando os cotos de corpos cavernosos de acordo com a técnica descrita por Kelly para extrofia de bexiga. Em posição de litotomia, uma incisão em “Y” invertido foi feita no períneo. O meato uretral foi circulado e a uretra dissecada até o períneo. Após, os corpos cavernosos foram dissecados, preservando o periósteo que previamente os fixavam aos ramos isquiopúbicos. Os corpos cavernosos foram completamente separados de sua inserção óssea, deixando-os completamente livres, exceto pelos feixes neurovasculares. Os corpos cavernosos foram então trazidos para frente e para cima, e o neofalus foi aberto longitudinalmente para acomodá-los. O pênis foi fixado ao púbis com prolene 2.0 entre o periósteo aderido aos corpos cavernosos e o periósteo do púbis. A uretra foi reposicionada e suturada ao terço proximal do neofalus com vicryl 4.0. A pele foi reconstruída sem a necessidade de rotação de retalho. Resultados: Ao final da cirurgia, o falus ereto apresentava 8cm. Alta hospitalar foi registrada 48 horas após a cirurgia. Em 18 meses de acompanhamento pós-operatório, o paciente apresenta função erétil preservada, tornando a masturbação com orgasmo possível. O paciente está continente e é capaz de urinar em ortostase. Além disso, está satisfeito com a aparência cosmética peniana. Conclusão: MTC é possível e pode potencialmente resultar em um falus de tamanho razoável e restaurar a função sexual. Acreditamos que essa técnica cirúrgica pode se estender para qualquer caso de amputação traumática peniana em que a porção perineal do órgão esteja preservada ou mesmo nos casos de micropenis.

Palavras Chave ( separado por ; )

Doenças do Pênis; Doenças dos Genitais Masculinos; Ereção Peniana; Micropenis; Procedimentos Cirúrgicos Urológicos.

Área

Trauma / Uretra / Urologia Reconstrutora

Instituições

EBMSP - Bahia - Brasil, UFBA - Bahia - Brasil

Autores

UBIRAJARA BARROSO JR, RAFAEL PRATES, ELIAKIM MASSUQUETO, ANDRE COSTA MATOS, HERBERT LEÃO DA SILVA SANTOS, BRUNA VENTURINI