Dados do Trabalho
Título
ASSOCIAÇAO ENTRE ENURESE E DISFUNÇAO DO TRATO URINARIO INFERIOR: UMA RELAÇAO POUCO CONHECIDA.
Resumo
Introdução: A enurese é uma das queixas mais comuns na urologia pediátrica. Na enurese não monossintomática (ENM), a disfunção do trato urinário inferior (DTUI) necessita de investigação detalhada, já que o controle de sintomas diurnos é crucial para tratar a enurese. Embora seja importante descrever os sintomas do trato urinário inferior (STUI) na ENM, a relação entre sintomas diurnos e noturnos ainda é mal compreendida. Este estudo busca estimar a prevalência e o impacto destes sintomas na enurese e caracterizar fatores determinantes dessa condição clínica. Métodos: Estudo observacional com análise de dados secundários de estudo populacional feito em praças públicas de 2 cidades brasileiras, entre 10/2016 e 04/2017. Foram incluídos indivíduos de 5-17 anos que responderam sim para presença de enurese. Na avaliação dos STUI, foi utilizado Dysfunctional Voiding Scoring System (DVSS). De acordo com a presença ou não de STUI, a amostra foi dividida nos grupos enurese monossintomática (EM) e não monossintomática (ENM). Pacientes com ao menos 1 sintoma de acordo com o DVSS foram considerados com ENM. O grupo ENM foi dividido em Bexiga Hiperativa (BH), Postergador Miccional (PM) e Micção Disfuncional/Bexiga Hipoativa (MD/BHO). Resultados: Foram incluídos 84 participantes, com idade mediana de 7,00 (IIQ 6,00-10,00) e 47 (56,0%) participantes do sexo masculino, não havendo diferença entre os grupos EM e ENM. Não foi encontrada diferença entre estes grupos em relação à presença de constipação (p = 0,369) e se a enurese era primária ou secundária (p = 0,148). 71,4% apresentaram ENM. Os sintomas diurnos incluíram manobras de contenção (71,7%), urgência (68,3%), incontinência (26,7%), frequência urinária aumentada (10%), esforço para urinar (1,7%) e disúria (1,7%). A enurese foi mais severa em pacientes com manobras de contenção (p = 0,029) e urgência (p = 0,045). De acordo com o tipo de DTUI, BH esteve presente em 63,3%, PM em 13,3% e MD/BHO em 23,3%. A ENM primária estava associada com BH e a ENM secundária teve mais PM e MD/BHO. Houve associação entre a gravidade da enurese e o tipo de DTUI (p = 0,002), com maior prevalência de pacientes BH na frequência > 3 vezes por semana. Nenhum PM teve enurese > 3 vezes por semana. Conclusão: Este é o primeiro estudo que avalia a relação entre enurese e subtipos de DTUI e entre a gravidade da enurese e sintomas diurnos. Urgência e manobras de contenção se associam à enurese mais grave. A maioria dos pacientes com ENM tem BH.
Palavras Chave ( separado por ; )
Enurese; DTUI; STUI
Área
Urologia Pediátrica
Instituições
ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE PÚBLICA - Bahia - Brasil
Autores
ANA FLÁVIA CASTRO, GLICIA ESTEVAM ABREU, Maria Thaís de Andrade Calasans, Bruna Afonso Venturini, Eliakim Massuqueto Andrade Gomes de Souza, UBIRAJARA BARROSO JR