Dados do Trabalho
Título
EMBOLIZACAO DE HEMATURIA NO CONTEXTO DE URGENCIA
Resumo
Introdução
A hematúria intratável do trato urinário inferior é um evento potencialmente fatal com grandes desafios terapêuticos. As causas de hematúria grave incluem principalmente carcinoma de bexiga, cistite actínica, cistite induzida por ciclofosfamida e câncer de próstata. Em muitos pacientes, o sangramento não pode ser controlado adequadamente por medidas conservadoras. A cirurgia nem sempre é viável e a angiografia com embolização é um procedimento minimamente invasivo seguro e eficaz de controlar o sangramento.
Objetivo
Relatar uma série de casos e revisar as principais técnicas de embolização do território ilíaco interno no contexto de hematúria.
Relato dos casos
Foram selecionados 05 casos de pacientes com hematúria secundária ao acometimento vesical direto ou indireto por neoplasias, sem proposta cirúrgica e refratários às medidas clínicas. Dois apresentavam diagnóstico de neoplasia de próstata, um deles neoplasia de bexiga e duas neoplasia de colo uterino com acometimento vesical. Todos foram submetidos à arteriografia com embolização de ramos do tronco anterior das artérias ilíacas internas por acesso femoral, sob anestesia local e sedação, e apresentaram melhora da hematúria com parada na queda de hemoglobina em até 48 horas do procedimento. Três desses apresentavam piora da função renal por componente obstrutivo bilateral, e foram submetidos, no mesmo tempo cirúrgico, a nefrostomias.
Discussão
Estudos sugerem maior risco de ressangramento após embolização unilateral, o que está provavelmente relacionado ao rico suprimento de sangue colateral à artéria ilíaca interna, das artérias ilíaca interna contralateral, mesentérica inferior e ilíaca externa. Para evitar o ressangramento dessas colaterais, a divisão anterior da artéria ilíaca interna deve ser embolizada bilateralmente, independentemente de o local do sangramento ser detectável na angiografia. A influência do tipo de agente embólico nos desfechos clínicos é controversa.
Conclusão
A embolização é viável e segura para controlar o sangramento da bexiga ou próstata após falha do tratamento conservador. Na maioria dos casos, a embolização é um procedimento bem tolerado que dispensa a necessidade de cirurgia. A embolização deve ser vista como uma medida paliativa minimamente invasiva para controle imediato de hemorragia com risco de vida, contribuindo para melhorar os cuidados paliativos. Todo esforço deve ser feito para realizar a embolização bilateralmente e de forma mais seletiva possível.
Palavras Chave ( separado por ; )
embolização; hematúria intratável; bexiga; próstata; iliaca interna
Área
Uro-oncologia
Instituições
UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
JEFFERSON DOUGLAS CAMARGOS MOREIRA, PRISCILLA GOMES TOSTA, GABRIEL TELLES FIGUEIREDO, MARINA CORREA VIANA, FABIO FRANCO OLIVEIRA JUNIOR, VLADIMIR JOSE MASSARO JUNIOR, WAGNER EDUARDO MATHEUS