Dados do Trabalho
Título
IMPACTO DO CANCER TESTICULAR SOBRE OS PARAMETROS SEMINAIS
Resumo
INTRODUÇÃO
Os efeitos deletérios da quimio (QT) e da radioterapia (RT) na função testicular são bem conhecidos. Entretanto, existe dúvida se o câncer per se pode comprometer a produção espermática. O câncer testicular é responsável por aproximadamente 1% dos novos diagnósticos de câncer masculino no mundo, sendo o mais comum entre homens de 14-44 anos. Conhecer o impacto da neoplasia testicular sobre a espermatogênese é de crucial importância no âmbito da fertilidade masculina.
OBJETIVO
Avaliar os parâmetros seminais de pacientes com diagnóstico de câncer testicular antes do início do tratamento.
MÉTODO
Foi realizado um estudo transversal retrospectivo com 295 pacientes que se apresentaram para criopreservação seminal por câncer de testículo. Após exclusão dos que já haviam iniciado QT ou RT, o tamanho amostral final foi 283. As amostras foram avaliadas de acordo com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS, 2010). Foram estudadas as seguintes variáveis: volume seminal, concentração espermática, número total de espermatozoides e motilidade. Definições: oligozoospermia (oligo), concentração espermática < 15 milhões de espermatozóides/mL; oligo leve, 10-15 milhões/mL; oligo moderada, 5-10 milhões/mL; oligo severa, < 5 milhões/mL; azoospermia, ausência de espermatozóides na amostra; criptozoospermia, quando foram encontrados raros espermatozoides após centrifugação de todo ejaculado; astenozoospermia, motilidade progressiva total < 32%.
RESULTADOS
A idade média dos pacientes foi de 28,2 anos. Do total, 3,2% (n=9) dos indivíduos apresentaram azoospermia, 2,1% (n=6) crioptozoospermia, 51,2% (n=145) oligospermia e 43,5% (n=123) concentração normal. Entre os oligospérmicos, 12,7% (n=36) apresentavam oligospermia leve, 10,6% (n=30) oligospermia moderada e 27,9% (n=79) oligospermia severa. Das 268 amostras em que foi possível avaliar motilidade, 15,4% (n=41) apresentaram astenospermia. Considerando-se os parâmetros avaliados, somente 37,5% (n=106) indivíduos apresentaram ejaculado normal e 33,2% (n=94) apresentaram grave comprometimento da espermatogênese.
CONCLUSÃO
Nossos achados ressaltam uma menor qualidade espermática em pacientes com câncer de testículo, mesmo antes do início do tratamento. Outros estudos são necessários para estabelecer os mecanismos que levam a esta diminuição da qualidade seminal. A criopreservação seminal é de crucial importância para constituição de prole no futuro.
Palavras Chave ( separado por ; )
CANCER TESTICULAR; CRIOPRESERVAÇÃO; SÊMEN; NEOPLASIA; FERTILIDADE
Área
Infertilidade
Instituições
Fertilitat - Centro de Medicina Reprodutiva - Rio Grande do Sul - Brasil
Autores
ISADORA BADALOTTI-TELOKEN, MARIANGELA BADALOTTI, VICTORIA CAMPOS DORNELLES, ELISE EDELE PIMENTEL, FABIO JUSTO, ANITA MACHADO MACIEL, MARTA RIBEIRO HENTSCHKE, NATALIA FONTOURA VASCONCELOS, ALVARO PETRACCO, CLAUDIO TELOKEN