Dados do Trabalho


Título

CÂNCER DE BEXIGA INVASIVO EM PACIENTE IDOSO FRAGIL: RELATO DE CASO USANDO TERAPIA INCOMUM COM PRESERVAÇAO DE BEXIGA.

Resumo

RESUMO: O carcinoma urotelial de bexiga é uma doença que pode ocorrer em qualquer faixa etária e aumenta com a idade. Ao diagnóstico, cerca 30% dos casos estão em fases avançadas com comprometimento da camada muscular ou metástase. O tratamento padrão da doença músculo-invasiva é a cistectomia radical com linfadenectomia e reconstrução urinária. No entanto, por se tratar de uma cirurgia de grande e com altas taxas de morbimortalidade, principalmente em pacientes idoso, terapias de preservação de bexiga são alternativas em casos selecionados.
RELATO DE CASO: paciente 81 anos com antecedente de insuficiência coronariana com colocação de stents coronarianos há 22 anos e portador de múltiplas comorbidades: arritmia cardíaca, hipertensão arterial, hérnia de hiato, hipotireoidismo, osteoartrose de joelho (bilateral), doença renal crônica (estágio 3A) e tratamento de adenocarcinoma de próstata há 11 anos com radioterapia. O paciente estava em acompanhamento urológico desde 2011 por carcinoma urotelial de bexiga não músculo-invasivo sem realização de esquema adjuvante com Onco-BCG. Após 4 anos, durante nova cistoscopia e RTU de bexiga, mostrou tumor músculo-invasivo (pT2). Dentre as opções de tratamento, foi descartado o cirúrgico com cistectomia e o esquema trimodal com Radioterapia e Quimioterapia à base de Cisplatina, foram à princípio, descartadas. Optou-se pelo tratamento multimodal com RTU de bexiga máxima, Radioterapia IMRT de bexiga e quimioterapia com Carboplatina AUC2 e Paclitaxel 40mg/m2 após discussão multidisciplinar. Foi proposto inicialmente 07 ciclos semanais. Contudo, após o 5º ciclo, a quimioterapia foi interrompida devido a plaquetopenia e infecção do trato urinário. O paciente foi acompanhado após 03 meses com cistoscopia e ressonância magnética, sendo necessário implante de duplo J no ureter esquerdo devido a estenose ureteral distal. Posteriormente, realizou novas cistoscopias após 06 meses e anual. Completou-se 06 anos de seguimento e não foi evidenciado recidiva da doença até o momento.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Apesar da cistectomia radical ser a terapêutica de escolha, esse tratamento pode não ser adequado a todos os pacientes, principalmente os idosos com várias comorbidades. Ao paciente inelegível ao procedimento padrão foi proposto o tratamento trimodal com esquema quimioterápico individualizado tendo em vista que essa terapia em pacientes idosos-frágeis aumenta a sobrevida com qualidade de vida e ainda apresenta possibilidade de cura.

Palavras Chave ( separado por ; )

Neoplasia de Bexiga Urinária, Idoso Fragilizado, Comorbidade, Quimioterapia, Radioterapia

Área

Uro-oncologia

Instituições

Faculdade de medicina do Centro Universitário São Camilo - São Paulo - Brasil

Autores

GUILHERME TAMBOSI BASEMAN, CATARINA MIDORI ISHIRUGI, LUIZA TRAVASSOS DA ROSA NETTO, LUCAS ANTÔNIO PEREIRA DO NASCIMENTO, ANA LUÍSA DE CASTRO BACCARIN, FLÁVIA CAROLINA GROSSO GABRIELLI, ALVARO ALEXANDRE DIAS BOSCO