Dados do Trabalho
Título
ANALISE CRITICA DOS CASOS DE SUSPEITA DE TORÇAO TESTICULAR OPERADOS NA SANTA CASA DE SAO PAULO: TEMPO DE ATENDIMENTO, DIAGNOSTICO, TRATAMENTO E DESFECHO FINAL
Resumo
Introdução e objetivo:
A torção do cordão espermático é a principal causa de escroto agudo dos 9 aos 20 anos. A depender do tempo de torção ocorre proporcional lesão tecidual por infarto hemorrágico. Por isso o diagnóstico precoce e o tratamento não devem ultrapassem o tempo de 6 horas, a fim que o órgão seja preservado 100%.
Nosso estudo apresenta uma análise retrospectiva dos casos de torção testicular tratados no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Como objetivos primários, analisou o tempo de espera entre o atendimento, diagnóstico, avaliação da especialidade e tempo até a cirurgia, bem como o desfecho final.
Método:
Foram avaliados por prontuário eletrônico os pacientes com diagnóstico de torção testicular, operados no Hospital Central da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, entre 2017 e 2019. Durante esse período, 102 pacientes foram operados com suspeita de torção testicular. 22 foram excluídos do estudo por falta do preenchimento correto do prontuário eletrônico.
Resultados:
Dos 80 pacientes incluídos, 18 vieram transferidos de outras unidades de saúde após avaliação inicial. O tempo médio entre o início dos sintomas e a procura ao serviço de saúde foi de 60h, com 38 pacientes com período maior que 24h, o maior de 360h. Inicialmente, 87.5% dos pacientes foram submetidos a USG doppler com 77,5% de taxa de confirmação da torção testicular. O Sinal de Prehn foi negativo em 68,5% dos pacientes. Em 100% dos pacientes foi indicada cirurgia, apenas 13 submetidos em tempo inferior a 6h. 19 pacientes foram submetidos a orquiectomia por necrose do testículo, 17 deles com tempo de evolução maior que 6h. O tempo médio entre a abertura da ficha e o procedimento cirúrgico foi de 6,38h, sendo 3h a mais nos casos dos pacientes submetidos a orquiectomia (9,377).
Conclusão:
A partir da análise dos tempos citados, pode-se sugerir que o tratamento dos pacientes com torção testicular é, em sua maioria, tardio em relação às diretrizes atuais, o que pode levar a grande prejuízo a esses pacientes. Por isso, são necessários mais estudos que avaliem os motivos para tais atrasos e também para elaborar e validar protocolos que potencializem o diagnóstico e acelerem a tomada de conduta ativa nos casos de suspeita da torção testicular.
Palavras Chave ( separado por ; )
torção testicular; escroto agudo
Área
Infertilidade
Instituições
Irmandade da Santa Casa de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
VICTOR NOTARI DE CAMPOS, ALAN RECHAMBERG ZIROLDO, GUSTAVO FERRO GOMES DA SILVA, SÉRGIO PAOLILLO JÚNIOR, JORGE RICARDO GOIS CUNHA, FERNANDA MONTEIRO ORELLANA, GIOVANNI DEMARTINO, MARCEL KENJI TAKADA, MARCOS BROGLIO, LUIS GUSTAVO MORATO DE TOLEDO